A obra Bandeira Branca de Nuno Ramos foi alvo de discussões, protestos e discórdias nesta Bienal. Trata-se de uma obra formada por três grandes esculturas em formas geométricas, que parecem grandes túmulos. As peças encontram-se cercadas por uma rede que protege de alto a baixo a rampa e as curvas do prédio, como que fosse criada para ocupar aquele espaço. Em uma das peças temos um poleiro, dando-nos a ideia de chaminés, que servia para abrigar as aves.
As polêmicas discussões a respeito da obra bandeira Branca se referem à presença de três urubus criados em cativeiros que foram previamente adaptados para a exposição; que ao som de músicas como: Bandeira Branca, Carcará e Boi da Cara Preta voam livremente pelo delimitado espaço da obra.
Houve protestos, denúncias e pichações de ambientalistas que de forma radical reivindicaram a retirada dos urubus da obra, gerando discussões entre autoridades, artistas e ambientalistas, o que fez a sociedade formar diferentes opiniões a respeito da obra. Estes protestos gerou a retirada das aves do local, o que em minha opinião fez a obra tornar-se sem atração, insignificante, sem sentido.
A 29ª Bienal de São Paulo com o tema “Há sempre um mar para o homem navegar” está ancorada na ideia de que é impossível separar arte de política, oportuniza aos visitantes um contato a política da arte, envolvendo o público com obras que levam a refletir sobre a arte e seu papel no mundo atual, pois através dela podemos ter posicionamento crítico em relação a muitos problemas sociais abordados através das obras.
Apesar de ter uma formação em Educação Ambiental, ser defensora das causas ambientalista, lamento a atitudes de pessoas radicais que protestaram contra a retirada das aves, pois os urubus foram adaptados ao local, sendo que todas as providências necessárias foram tomadas para a presença das aves no local.
Muita outra obra em outras exposições já usaram animais e não foi alvo de tantas discussões, acredito ter sido colocado muito sensacionalismo nesta obra o que levou a tal decisão, e a partir daí a obra deixou de ter seus atrativos, novos olhares foram lançados, porém a essência que o artista quis transmitir deixa de existir.
Sites pesquisados:
http://www.canalcontemporaneo.art.br/brasa/archives/003468.html
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/09/obra-de-arte-que-mantem-urubus-em-cativeiro-na-bienal-irrita-internautas.html
