quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A Janela Baça


Resenha do texto: A janela Baça.
O artigo A janela Baça de Roberto Conduru, escrito em 1998, trás importantes contribuições sobre as Bienais de São Paulo e seus impactos frente a arte brasileira. Desde sua criação nos anos 50, vem enfocando as diferentes edições, porém de forma mais específica as edições 22ª e 23ª, nos anos 1994 e 1996.
De forma crítica o texto faz uma análise profunda sobre a influência das Bienais no contexto da arte brasileira, bem como suas contribuições e mudanças relacionadas ao universo artístico.
Suas edições iniciaram nos anos cinquenta, umas foram bem sucedidas outras deixaram a desejar, não cumprindo seu verdadeiro papel. Mas suas edições foram fundamentais no contexto das artes para o Brasil. Muitas mudanças e transformações marcaram os eventos e foram motivo de debates e discussões entre críticos da época, sendo possível fazer um balanço das Bienais, desde sua criação bem como ressalta as edições mais significativas da mostra internacional de arte contemporânea. O destaque aos artistas nacionais ou internacionais que fizeram das Bienais uma posição de destaque na arte brasileira, abrindo assim uma janela para o mundo das artes.
Nos anos 60, devido as crise política e social pela qual passa o país e o mundo, há uma interferência também no meio artístico, afetando as Bienais de forma bastante drástica, sendo que muitos países deixam de participar da Bienal de 69. Devido à crise, foi preciso inovar, e isso se reflete na Bienal dos anos 80, onde surge também a figura do curador, e deixa de lado o caráter competitivo e passa a ter uma nova versão, “seguindo uma analogia de linguagem”, sendo pautada em tema diferente. Surge então nos anos 90, a mais polêmica das Bienais até então, a 21 ª Bienal gerando uma de seus priores crises.
A partir daí, o artigo passa a tratar das transformações ocorridas nas edições 22ª e 23ª, apresentando um novo formato “tripartite”, com algumas regras: Limitação das Representações Nacionais, com um único artista por país, o fortalecimento do Espaço Museológico como Núcleo Histórico e a criação da Universalis. A Universalis agora organizada por curadores acomoda regiões e não países, levando Roberto Conduru a tecer comentários polêmicos, apontando necessidade de transformações para uma nova Bienal, devendo ser um espaço de discussão sobre as criações artísticas e a necessidade de uma nova linguagem.
O autor nos leva a refletir sobre a organização da bienal como um evento diversificado, não importando a quantidade, mas sim a qualidade de suas obras; possibilitando que a janela da arte abra-se para um maior número de público, não ficando restrita a museus e galerias que poucas pessoas tem acesso. Ressalto a preocupação do autor, pois de maneira clara aborda temas que precisam ser repensados referentes à arte no Brasil, sendo de fundamental o papel da curadoria educativa, possibilitando uma aproximação entre a obra e o público. Essas implicações contribuíram para que seja possível, uma nova visão da janela da arte no Brasil, pois para muitos a janela ainda está embaçada.
Referências Bibliográficas:
A janela baça: A Bienal de São Paulo e seu formato recente. Revista Novos Estudos. Edição 52, ano 1998.
As Bienais de São Paulo http://entretenimento.uol.com.br/arte/bienal/

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